Salve os Vegetais

Chave para uma saúde equilibrada, a dieta vegetariana traz diversos benefícios ao corpo e à mente, além de ser variada e muito saborosa.


Salada de brócolos e batata, cheesecake de chocolate, beringela grelhada, salada mexicana, caçarola de lentilhas e arroz, caril cremoso de legumes e arroz tailandês de jasmim, estes são alguns dos diversos tipos de pratos da culinária vegetariana que, além da variedade, ainda traz numerosos benefícios que vão desde o melhor desempenho nos esportes à reversão de doenças do coração.
Ao eliminar do cardápio o consumo de todos os tipos de carne, a pessoa é considerada vegetariana e os motivos para ser adepto deste tipo de alimentação são bem variados, desde religiosos, passando por questões de saúde à defesa dos animais e do meio ambiente.
De acordo com a nutricionista Mariana Marchetti, existem diferentes tipos de vegetarianos, sendo que há algumas divisões principais:
Ovo-lacto-vegetarianos: Quem não consome nenhum tipo de carne, mas consome ovos, leite e derivados.
Ovo-vegetarianos: Quem não consome nenhum tipo de carne, leite e derivados, mas consome ovos.
Lacto-vegetarianos: Quem não consome nenhum tipo de carne, ovos, mas consome leite e derivados.
Vegetarianos estritos ou veganos: Quem não consome nenhum alimento de origem animal, como carnes em geral, ovos, leite e derivados, mel e nenhum outro alimento que leve alguma substância de origem  animal em sua composição.
O nutricionista especializado em dieta vegetariana, George Guimarães, ainda complementa que “o veganismo exclui não apenas todos os produtos de origem animal da alimentação, mas também do modo de vida, como couro, lã, seda, cosméticos que tenham sido testados em animais ou que contenham ingredientes de origem animal”.
Mariana Marchetti ressalta que uma dieta vegetariana bem planejada faz muito bem à saúde. “Os vegetarianos costumam ingerir mais fibras, mais vegetais, mais alimentos integrais, menos açúcar refinado, menos gordura saturada, proteína em um valor mais perto da recomendação do que os onívoros, que na sua maioria têm um consumo exacerbado, o que é muito prejudicial. Lembrando que o excesso de proteína pode causar danos renais, prejudicar a retenção de cálcio pelo organismo, além de colaborar para o ganho de peso e obesidade”, comenta a nutricionista.
Mariana diz que os vegetarianos apresentam menor risco de adquirir diabetes, ter colesterol alto, ficar  obesos, ter doença cardíaca, osteoporose e doenças renais, mas reforça que se a dieta não for equilibrada, pode gerar deficiências nutricionais.
A empresária Claudia Belinello, que desde 1997 eliminou o consumo de carne da sua alimentação, informa que os benefícios foram diversos. “Muita coisa mudou, a saúde em geral, a disposição é muito melhor, quando realizo exames de sangue, taxas de colesterol, triglicérides, etc., estão sempre normais. E principalmente a consciência tranquila de que faço minha parte contra a matança de animais. Quando um animal morre em abates, seu nível de sofrimento é muito grande, o que o faz liberar muitas toxinas e, comendo essa carne, acabamos ingerindo essas toxinas.”
Para ser um vegetariano com muita saúde e sem carências nutricionais, George Guimarães diz que a informação é importante para obter uma dieta variada e equilibrada. “Variar os alimentos, não ficando com apenas uma ou duas fontes de proteína vegetal, incluir alimentos integrais e frescos em abundância são mudanças importantes logo no início. Também é importante suplementar a dieta com vitamina B12, que pode ser encontrada em alimentos fortificados com a vitamina ou na forma de suplementos. Esse é o único nutriente que precisa ser suplementado na dieta vegetariana”, comenta o especialista.
Saiba mais sobre esse tipo de alimentação na entrevista que realizamos com George Guimarães:

Cite os diversos benefícios de se eliminar produtos de origem animal da alimentação.
George Guimarães: Prevenção de doenças crônicas e degenerativas, controle de peso, saúde intestinal,
saúde da pele, além de trazer benefícios aos animais e ao meio ambiente.

Os tipos sanguíneos interferem na forma de se alimentar?
G.G.: Não necessariamente, mas há estudos que sugerem que o tipo A não toleraria o consumo de carne enquanto o tipo O teria maior resistência aos malefícios causados pela carne.
É mito ou verdade que sangue “O” necessita de proteína animal?
G.G.: Esses estudos não indicam que o tipo O “necessita” de proteína animal. O que ocorre é que ele tolera melhor o consumo de carne, enquanto o tipo A deve ser vegetariano.
Realmente dependemos da proteína animal?
G.G.: De maneira alguma. Com a orientação nutricional correta, qualquer pessoa, em qualquer fase da vida, pode aderir a uma dieta vegetariana. A proteína vegetal encontrada nas leguminosas (feijões, lentilha, ervilha, grão-de-bico, soja) e nas oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas) é capaz de suprir todas as necessidades do organismo humano.
Alimentação vegetariana promove saúde e previne doenças. Quais?
G.G.: Infarto, derrame, hipertensão arterial, câncer e obesidade estão na lista de doenças que apresentam menor incidência entre a população vegetariana quando comparado a populações que consomem carne regularmente.
O consumo de produtos de origem animal causa quais malefícios?
G.G.: Essas doenças (citadas acima) se desenvolvem justamente porque os produtos animais em geral são ricos em gordura saturada e colesterol, ao mesmo tempo em que são pobres em fibras e antioxidantes.
Fale sobre o papel do ferro para nossa saúde e como consumi-lo adequadamente.
G.G.: Todo o ferro de que precisamos pode ser obtido nas leguminosas, nas oleaginosas, nos vegetais
verde-escuros e nas frutas, que devem ser consumidos em abundância pelos vegetarianos. Como alimentação é questão de saúde, é necessário sempre consultar um profissional especializado para indicar o que é melhor para o seu organismo.

Fonte: Revista Ponto de Encontro da Drogaria São Paulo
Por: Marisa Abel

Bolo Gelado de Côco


Receita enviada por de Ana Lígia Fujiwara.

Ingredientes

Para a massa:
5 ovos (claras e gemas separadas)
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de açúcar
1 xícara (chá) de leite fervendo
½ colher (sopa) de fermento em pó

Para a calda:
2 xícaras (chá) de leite
4 colheres (sopa) de açúcar
250 g de coco ralado fresco ou desidratado
½ vidro de leite de côco (100 ml)

Para a montagem:
- Pedaços do bolo molhados e cobertos com côco ralado
- Papel alumínio cortados na medida de 25 cm x 25 cm


Modo de Preparo:
Massa:
Bata as claras em neve até o ponto de picos firmes (velocidade média da batedeira)
Acrescente as gemas e continue batendo
Junte o açúcar, diminua a velocidade e cubra a batedeira com um pano para não se sujar
Misture a farinha, o leite e, por último, coloque o fermento
Despeje a massa numa assadeira retangular (15 cm x 30 cm) untada e enfarinhada
Leve ao forno médio por 40 min ou até dourar
Retire do forno, deixe esfriar e corte em quadrados de 5 cm x 5 cm
Reserve
Calda:
Numa vasilha, misture o leite de coco, o leite, o açúcar e o coco ralado
Molhe cada pedaço do bolo com 3 colheres de sopa da mistura do coco
Montagem:
Embrulhe os pedaços um a um em papel-alumínio
Leve à geladeira por 2 horas ou deixe de um dia para o outro

Sexta-feira Santa, por que comemos bacalhau?


Levante a mão quem sabe mesmo por que come bacalhau, desde criança, toda Sexta-feira Santa!
Aposto que a grande maioria pensou: “É porque não pode comer carne”.
Com certeza, dessa maioria, muita gente ainda se perguntou: “Se bem que… Peixe não é carne?”.
Outros tantos apareceram com mais uma dúvida: “E por que é o bacalhau? Não pode ser qualquer peixe?”.
Enfim, vou esclarecer essa história toda de bacalhau na Sexta-feira Santa para você entender e se planejar com antecedência, se for o caso! Por ser uma data religiosa, não tem como fugir das explicações bíblicas. Vá até o fim que vale a pena aprender!
A Igreja Católica tem muitas tradições, não é verdade? Na Idade Média, as coisas eram bem mais rigorosas. Os fiéis não podiam comer carnes durante toda a Quaresma (além de sextas-feiras e muitas outras datas do calendário Cristão), que é o período de 46 dias corridos que antecedem o Domingo de Páscoa (quando se comemora a Ressurreição de Cristo). Esses dias começam a ser contados a partir da Quarta-feira de Cinzas, que dispensa apresentações, né?
A Igreja já perdeu muito desse rigor mas a Sexta-feira Santa continua sendo o dia da Paixão e Morte de Cristo – quando Ele foi torturado e carregou a Cruz em que foi crucificado. Por isso, ainda obriga seus fiéis a se absterem da carne em sinal de respeito à sua morte.
A “carne” em questão é aquela de animais de sangue quente, que são aves e mamíferos (então inclui o frango, a carne de porco e de vaca). Também contam os caldos de carne, já pensou nisso? Porém, ovos, laticínios e gordura estão liberados, bem como as grávidas que precisam de uma alimentação especial por recomendação médica
O peixe por sua vez é um animal de sangue frio, por isso não está na lista de carnes proibidas!
Como você já entendeu, o prato principal no almoço da Sexta-feira da Paixão não precisa ser, necessariamente, o bacalhau! Mas, porém, entretanto, todavia, contudo, aqui no Brasil, principalmente na Região Sudeste, é ele que domina soberano a nossa mesa.
Ora, pois! Isso se deve às heranças portuguesas!
Os portugueses (também católicos, vocês sabem) adoravam um belo de um bacalhau e o consumiam muito, especialmente nos dias de abstinência da carne. A Corte veio para as bandas de cá, os comerciantes também, e o famoso “bacaláo” caiu na graça do brasileiro. Passaram-se muitos anos e ele virou uma tradição nossa também.
Tudo esclarecido?
Ainda não. Falta você saber que bacalhau não é uma espécie de peixe!
É isso mesmo, bacalhau é o resultado do precesso de salga (colocam muito sal nele) e secagem do peixe. No Brasil, encontramos 5 espécies de peixes salgados e secos (ou seja, “peixes que viraram bacalhau”): Cod Gadus Morhua, Cod Gadus Macrocephalus, Saithe, Ling e Zarbo.
Parece que estão tentando aprovar uma lei aqui que determina que apenas os peixes Cod Gadus Morhua e Cod Gadus Macrocephalus poderão receber o nome “Bacalhau”. Os demais, passarão a ser chamados de “pescado salgado e seco” (tadinhos). Achei interessante, vai ajudar o consumidor na hora da compra e eu não vou ter que ficar pedindo pelo amor de Deus que você compre um bom bacalhau, que não se deixe levar pelo preço etc. Se disser “compre Bacalhau”, você vai na mosca!
Agora sim, você está por dentro de tudo!
Então agora vou providenciar uma receita especial para sua Sexta-feira Santa!

Receita de Bacalhoada – Especial Semana Santa

Á... entendemos que qualquer peixe é bem-vindo, certo? Não precisa ser bacalhau! Porém, minha receita é com o “baca” mesmo (para os íntimos).
Esta bacalhoada é infalível e bem tradicional (na minha casa então, nem se fala!). Quem não gosta de bacalhau de jeito nenhum sempre come as batatas, que ficam macias e saborosas. Isso é coisa bem comum de se ver. Aliás, comum mesmo é ver as batatas acabando! rsrs

Ingredientes:
1 kg de Bacalhau (Alô: comprar bacalhau não pode ser um desafio na sua vida. Eu sei que é confuso porque tem várias espécies de peixe, mas pedir ajuda é fácil! Sempre procure alguém da peixaria do mercado para pedir orientação. Em uma receita deste tipo, o melhor mesmo são os lombos de bacalhau, que têm a melhor parte da carne e um perfil bem mais alto. Se estiver escrito “Porto” na embalagem, pode levar, é o que estamos procurando aqui. Outros nomes que vão te ajudar a saber que está comprando a coisa certa são: Cod Gadus Morhua e Cod Gadus Macrocephalus. Você encontra bacalhau na forma salgada e congelado dessalgado. Vou explicar aqui como dessalgar, caso compre o salgado mesmo. Porém, indico fortemente que compre o dessalgado congelado, que é um produto de qualidade normalmente superior e você vai poder cozinhar sem ter que ficar tirando o sal com água. É preferível que compre em pedaços, para você ter menos trabalho, além de desossado e sem pele. Darei mais detalhes sobre o bacalhau adiante; aqui o importante é te ajudar a comprar. Mais uma coisa: 1 kg serve 5 pessoas com muita fartura. Se não encontrar uma embalagem com 1 kg certinho, pode ser um pouco menos ou um pouco mais. Se for menos, como 800 g por exemplo, use um pouco mais de batata na receita. Também não se assuste com o preço do bacalhau, o rendimento dele é muito maior que o do peixe fresco).
Batatas descascadas e fatiadas (calcule pelo menos 1 batata por pessoa. Se tive algum mala na casa que não coma bacalhau, coloque o dobro para ele. Estou falando de batatas normais, nada de superbatatão e nem minibatatinhas. As fatias não devem ser finas nem muito grossas, isso é muito subjetivo? Acho que se disser que elas podem ter 1 dedo de largura também não ajuda, já que o seu dedo deve ser diferente do meu. Então, corte-as em lascas um pouquinho maiores que 1 cm. Não é para cozinhá-las, ok?).
1 cebola grande ou 2 pequenas, cortada em rodelas.
1 pimentão verde cortado em rodelas (tire todas as sementes).
5 tomates cortados em rodelas (Não precisa tirar as sementes e não use tomates muito maduros, que são mais vermelhos e moles. Aqui você precisa dos mais durinhos).
Azeite (o bacalhau já custou caro, não vá agora querer economizar no azeite! Use azeite de oliva extravirgem).
Azeitonas pretas, se gostar (1 vidro é mais que suficiente).
Orégano (1 pacotinho dá e sobra muito).
Papel alumínio (só pode ser ele, antes que me pergunte. Papel manteiga, papel toalha, papel higiênico, nenhum desses serve.)

Modo de Preparo:
Prepare todos os ingredientes antes de começar.
Vamos ao preparo do bacalhau, que pode ser iniciado até 3 dias antes, caso tenha comprado ele salgado.
Se seu bacalhau veio com pele, retire-a antes de tudo (com o bacalhau ainda salgado e seco; ou congelado, para quem comprou dessalgado). É bem fácil, basta levantar um lado dela e ir puxando com movimentos firmes. Não puxe para cima, puxe para trás, é mais inteligente!
Coloque o bacalhau dentro de uma vasilha funda, dentro da pia, com a torneira aberta (caindo pouca água) por 10 minutos. Deixe-o tomar esse banho relaxante com a água transbordando e, depois, jogue ela fora.
Encha a vasilha com água gelada e leve à geladeira. Não se preocupe porque a água gelada não vai deixar o cheiro empestear sua geladeira. Troque a água umas 3 vezes por dia.
Esse processo todo, além de tirar o excesso de sal, hidrata o bacalhau novamente (lembre-se que ele foi salgado e seco para virar bacalhau). Você vai ver que ele vai crescer e ficar macio.
Para o bacalhau que estamos fazendo aqui (lombo, pedaços grossos), são 2 dias trocando a água. Porém, gosto de deixá-lo 3 dias, porque fica mais macio. Se quiser o bacalhau mais salgado, deixe apenas 1 dia, também trocando a água 3 vezes.
Quem comprou dessalgado e congelado, siga as instruções de descongelamento descritas na embalagem. Uns dizem para deixar de molho 30 min na água com sal, outros dão outras explicações. É melhor ver o que a marca que você comprou recomenda para o produto dela.
Com o bacalhau agora dessalgado, corte-o em pedaços do tamanho que desejar e com cuidado para não desfiar a carne. Eu gosto de pedaços generosos, para poder colocar apenas um no prato. Se você não puder comprar muito bacalhau e tiver muita gente para comer, pode desfiá-lo em pedaços grandes ou parti-los ao meio, para ficarem menos “gordinhos” (o bacalhau, não é sua família).
Preste muita atenção nos ossos e espinhas. Elas são geralmente grandes e você consegue vê-las ou senti-las. Use as mãos! Não desmanche os pedaços para catar espinhas, elas ficam mais perto da pele e da parte mais alta do lombo. Pode usar uma pinça para puxá-las. Os ossos são super visíveis e não precisam de dica para retirá-los.
Agora que já tem o bacalhau prontinho para ser usado e os outros ingredientes devidamente preparados, vamos começar a montar a bacalhoada.
Precisamos de um recipiente grande e que possa ir ao forno. Olhe para a quantidade de bacalhau e pense que vai colocar os pedaços lado a lado, em uma única camada e que não devem ficar espremidos. Outro detalhe: sua bacalhoada será servida nesse mesmo recipiente, então dispense aqueles feios, com lascas quebradas e coisas do tipo. Olha o capricho!!
Espalhe azeite no fundo, mas sem fazer enchente!
Vamos começar com a cebola, que solta bastante água e, estando no fundo, evita que queime os outros ingredientes. Use metade da quantidade, espalhando por todo o recipiente.
Depois vem, nesta ordem:
Metade da quantidade de tomate / Metade da quantidade de pimentão / Toda a batata / Todo o bacalhau / O restante do tomate / O restante do pimentão / O restante da cebola / Orégano a gosto / Azeite, bastante / Azeitonas pretas a gosto.
Não se esqueça de distribuir muito bem os ingredientes por todo o recipiente, em todas as camadas. Isso é importantíssimo para ninguém ficar catando pedaços de pimentão no teu prato porque não tem no dele (é aquele tio mala da batata…).
Preaqueça o forno a 250°C por uns 15 minutos.
Cubra o refratário com um papel alumínio, com a parte mais brilhosa virada para fora. O papel vai formar uma espécie de forninho lá dentro, que servirá para cozinhar as batatas.
Deve demorar aproximadamente 50 minutos ou 1 hora para ficar pronto. Se precisar, levante o papel alumínio com cuidado para não se queimar, e veja com um garfo se as batatas estão bem cozidas e macias.
Sirva só com arroz, não precisa de mais nada! O caldinho da bacalhoada por cima do arroz é o que há de melhor no mundo.
Deixe o azeite na mesa.
Bon Appétit!

Fonte da Receita: Socorro na Cozinha